quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

;)

Não...Não foi fácil cá chegar é verdade...

Perceber até que ponto estive perdido e andei perdido durante tanto tempo...
Finalmente, posso dizer, estou e sinto-me em paz como não me sentia há anos.

Sinto-me mais tolerante, pus de parte tanto conflito que me invadia a alma e me era injectado a cada semana que passava. Estava habituado a quase ter de odiar alguém de forma  gratuita e a basear vivência em conflitos infrutíferos e inconsequentes...Estava a deixar que algo me absorvesse em teias tão pegajosas e complicadas de escapar.

Agora que me sinto mais lúcido posso dizer que realmente quando achamos que estamos certos não queremos mesmo ver mais nada. Não queremos ver faltas de educação, faltas de tolerância, faltas de confiança, exacerbar a tragédia para conseguir razão, egocentrismo puro e duro...

Sinto-me uma pessoa completamente diferente do que era há meses atrás, e não foi ninguém que me mudou, foi simplesmente a vida...Consegui ter o distanciamento suficiente e ser "abraçado" por uma nova etapa que se abriu na minha vida e me fez pensar mais na minha vida a médio prazo e tentar perceber o que quero e de que forma o quero de forma mais decidida e definida na minha cabeça.

Aqui há dias estava a ver o "V for Vendetta" e nele foi referida uma frase tão lúcida e límpida que me fez perceber um bocado a efemeridade e incerteza de tudo o que nos rodeia:

"There's no certainty, only opportunity."

Que melhor ou pior traduzido daria algo como "Não existem certezas, apenas oportunidades.". O que, neste momento, na minha cabeça, é uma afirmação indubitavelmente correcta e assertiva. De facto, as certezas que temos são muito poucas ao longo da vida,  e se a vida é feita de oportunidades então espero só ter oportunidade de me reinventar mais vezes e tentar levar a cabo uma vida que me consiga conduzir a uma melhoria contínua.

Agora, sinto-me, simplesmente em paz...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Identificação

Desde sempre acho que sempre tive uma necessidade forte de me auto-definir; de conseguir perceber aquilo que sou, que características tenho, que gostos me definem como pessoa, que interesses me vincam e me diferenciam de outros...Todo esse tipo de coisas.

Inicialmente por influência de sentimentos adolescentes, tinha a necessidade de me afirmar uma coisa diferente dos outros, com raiva do que era igual, do que era homogéneo e desvalorizando tudo o que a maioria gostava. No fundo, acho que é um misto de atitude "punk" revoltada adolescente com vontade de um ser pseudo-intelectual de esquerda. Lembro-me até de fazer "quizzes" na net, do género "Que personagem do Final Fantasy és tu?" ou coisa do género... Como se isso por artes mágicas me fizesse ser algo mais elevado ou superior do que aquilo que eu realmente era.

Hoje que penso nisso, não me arrependo de nada, pois só assim posso olhar para trás com espírito crítico e ver onde mudei. Numas coisas para melhor noutras para pior. Acho que qualquer pessoa, tende a ser um bocadinho auto-manipulada pelo ego para se tentar afirmar ou tentar achar que algo mais do que aquilo é. Que temos um alter-ego fascinante que nos diferencia e nos eleva de tudo e todos. Uma espécie de tudo aquilo que eles vêem é um Clark Kent desajeitado mas no fundo eu sou um herói capaz de mudar o destino da humanidade. Ou então que todos pensam que eu sou um Bruce Wayne fútil, consumidor e despreocupado quando no fundo sou o defensor máximo dos fracos e oprimidos sempre disposto a sacrificar-me por causas maiores. Embora alguns possam admitir e outros não, esta é a realidade...

Desde os tempos do hi5 e até no Facebook agora...Todos gostam de pôr lá os seus gostos, quer na música, no cinema, nos livros. Todos querem mostrar que gostam disto ou daquilo que de uma forma ou outra têm uma certa atitude para poder definir-se e saber aquilo que são...

Mas será que aquilo que achamos que nos define é aquilo que verdadeiramente somos?
Não estaremos às vezes demasiado embebidos num espírito de cegueira emocional que não nos deixa ver aquilo que realmente somos?

Eu não sei, dou por mim a achar aquilo que ouvi outro dia na televisão, crescemos cada vez mais tarde, casamos cada vez mais tarde, temos filhos cada vez mais tarde e até, veja-se lá, morremos cada vez mais tarde... Às vezes olho para mim e acho que a sociedade espera de mim uma maturidade que eu penso não ter. E tenho 26 anos! Já devia pelo menos ser um adulto em condições mas olho para dentro de mim e vejo um poço tão grande, tão enorme, tão gigante de dúvidas, inseguranças, medos...Coisas que agora que penso, se calhar quando era mais novo e olhava para alguém que tinha 26 anos, pensava eu que essas pessoas eram maduras, mais velhas e com muita mais responsabilidade do que aquilo que eu, actualmente, possuo. E se calhar até o eram... Não podia fazer um raio-X interior e ver os medos, inseguranças e dúvidas. Claro que os têm! São humanos...Mas se calhar antigamente crescia-se mais depressa...O afastamento mais repentino dos entes queridos e uma espécie de auto-autonomia forçada se calhar tornava os jovens de há 15 anos atrás com 26 anos (agora com 41), bastante mais sólidos...

Se eu soubesse que com 26 anos, ia chegar aqui a este ponto, e andar tão baralhado, com tantas dúvidas, com tantas preocupações...Com esta indefinição de personalidade, de vida, de objectivos... Quando se muda radicalmente de meio, de pessoas que nos rodeiam, de pessoas que nos interpelam, é quase como nascer outra vez...Para um ruidoso mundo de coisas, em que a única coisa que levamos do anterior são padrões comportamentais e uma personalidade alterada pelo que vivenciámos... E nada nos poderá agora preparar para o que aí vem... A vida é mesmo assim...

Ou então, sou só um adolescente preso num corpo biologicamente mais amadurecido, cuja sociedade que moldou a sua personalidade, criticará por esse facto...

domingo, 16 de junho de 2013

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O nosso erro

O nosso erro foi começar

O nosso erro foi pensar que não éramos

O nosso erro foi não nos apercebermos.

O nosso erro começa por vê-las perfeitas

O nosso erro é achar que são deusas

O nosso erro é deixá-las ver de imediato A nossa fraqueza

O nosso erro é pensar que por serem belas não têm inseguranças

O nosso erro é sermos físicos em demasia

O nosso erro é a nossa futilidade que tanto criticamos nelas

O nosso erro é desculpar com beleza física erros crassos de carácter

O nosso erro é o cavalheirismo em demasia.

O nosso erro é sermos Homens

O nosso erro é deixarmos o mundo entregue aos homens

O nosso erro é gritar em silêncio!

sábado, 1 de junho de 2013

...não pagam dívidas

Espero que o teu ego te encha as medidas e que isso valha a pena para perderes o homem que um dia te julgou a mulher da vida dele...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Infância #1

Hoje lembrei-me de ti...

A verdade é que criamos na nossa cabeça lugares comuns que vamos revisitar volta e meia. Memórias e "pensatórios" que revemos mentalmente quando somos invadidos por determinados sentimentos.

Hoje fui à minha infância. E lembro-me de uma altura que me marcou...

Lembrei-me de um rapaz chamado Miguel. Conheci-o nos tempos livres do ISLA e de imediato nos tornámos muito amigos, partilhávamos o gosto pelos videojogos, a paixão pelo futebol e até a cor clubística era a mesma. Tornámo-nos amigos durante a escola primária. Ele estava  na Mãe D'água e eu no Campo Redondo mas durante a tarde estávamos sempre juntos. Via-o como o meu companheiro inseparável... Quando no 5º ano nos tornámos da mesma turma, esse companheirismo ficou mais acirrado. Lembro-me perfeitamente de tardes contigo Miguel no ISLA e lembro-me das tuas irmãs a Lina e a Sara. Foi das primeiras vezes que tomei contacto com a palavra "sobredotado" por me contares que a tua irmã mais nova (Sara) o era e ainda agora me lembro e me rio que ela entrou numa igreja e perguntou a apontar para o altar "Quem é aquele? E por que é que está de cuecas?". Eras um rapaz cheio de vida, super inteligente e dedicado. Recordo-me sempre de ti quando acabávamos os trabalhos de casa tinhas sempre as mãos cheias de tinta. Dos nossos trabalhos de grupo a Educação Física em que trazias o teu livro de desporto e nos juntávamos uns 6 ou 7 em minha casa a fazer que trabalhávamos enquanto jogávamos Super Nintendo ou Nintendo 64... Lembro-me de que no 5º/6º ano só íamos ao ISLA para ter inglês e de jogarmos contra o Pizzi (sim Miguel...talvez não te lembres mas o Pizzi que agora joga no Deportivo jogou contra nós nesses tempos livres do ISLA) e contra todos os miúdos só eu e tu e de quereres ficar sempre nas "piores" equipas e me dizeres "é a melhor maneira de sermos melhores" e tinhas toda a razão... Lembro-me de me teres mostrado com um dado, um papel e um livro como se jogava àqueles jogos da altura. Jogavas um de samurais... Tenho esses livros por aí algures, depois de me teres mostrado aquilo fiquei maravilhado e comprei uns quantos. Lembro-me das tuas cartas de jogar com os jogadores... E de jogar com aquilo à sueca até à exaustão. Lembro-me perfeitamente que a bisca do Benfica era o Erwin Sanchéz (!). Mais tarde roubaram-tas, quando fomos fazer o exame de Inglês ao Porto e ficámos na Pousada da Juventude...

Infelizmente no final do 6º ano disseste-me que ias para Leiria e aí se encerrava, em parte, esse capítulo das nossas vidas. Éramos uns miúdos... Mas penso o quão grandes podíamos ter sidos. Foi sem surpresas, que em 2005, descobri que tinhas entrado em Medicina em Coimbra. Sempre te imaginei ou aí ou num curso relacionado com Matemática e Física e foi mais uma vez sem surpresas que descobri que tinhas ganho a medalha de ouro das Olímpiadas de Física Ibero-Americanas. Talvez se tivéssemos continuado amigos inseparáveis como éramos me tivesses arrastado para Medicina ou eu te tivesse arrastado para Engenharia não sei... Sei que hoje me lembrei de ti e da altura em que mesmo pequenos fomos grandes! ;)