quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

;)

Não...Não foi fácil cá chegar é verdade...

Perceber até que ponto estive perdido e andei perdido durante tanto tempo...
Finalmente, posso dizer, estou e sinto-me em paz como não me sentia há anos.

Sinto-me mais tolerante, pus de parte tanto conflito que me invadia a alma e me era injectado a cada semana que passava. Estava habituado a quase ter de odiar alguém de forma  gratuita e a basear vivência em conflitos infrutíferos e inconsequentes...Estava a deixar que algo me absorvesse em teias tão pegajosas e complicadas de escapar.

Agora que me sinto mais lúcido posso dizer que realmente quando achamos que estamos certos não queremos mesmo ver mais nada. Não queremos ver faltas de educação, faltas de tolerância, faltas de confiança, exacerbar a tragédia para conseguir razão, egocentrismo puro e duro...

Sinto-me uma pessoa completamente diferente do que era há meses atrás, e não foi ninguém que me mudou, foi simplesmente a vida...Consegui ter o distanciamento suficiente e ser "abraçado" por uma nova etapa que se abriu na minha vida e me fez pensar mais na minha vida a médio prazo e tentar perceber o que quero e de que forma o quero de forma mais decidida e definida na minha cabeça.

Aqui há dias estava a ver o "V for Vendetta" e nele foi referida uma frase tão lúcida e límpida que me fez perceber um bocado a efemeridade e incerteza de tudo o que nos rodeia:

"There's no certainty, only opportunity."

Que melhor ou pior traduzido daria algo como "Não existem certezas, apenas oportunidades.". O que, neste momento, na minha cabeça, é uma afirmação indubitavelmente correcta e assertiva. De facto, as certezas que temos são muito poucas ao longo da vida,  e se a vida é feita de oportunidades então espero só ter oportunidade de me reinventar mais vezes e tentar levar a cabo uma vida que me consiga conduzir a uma melhoria contínua.

Agora, sinto-me, simplesmente em paz...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Identificação

Desde sempre acho que sempre tive uma necessidade forte de me auto-definir; de conseguir perceber aquilo que sou, que características tenho, que gostos me definem como pessoa, que interesses me vincam e me diferenciam de outros...Todo esse tipo de coisas.

Inicialmente por influência de sentimentos adolescentes, tinha a necessidade de me afirmar uma coisa diferente dos outros, com raiva do que era igual, do que era homogéneo e desvalorizando tudo o que a maioria gostava. No fundo, acho que é um misto de atitude "punk" revoltada adolescente com vontade de um ser pseudo-intelectual de esquerda. Lembro-me até de fazer "quizzes" na net, do género "Que personagem do Final Fantasy és tu?" ou coisa do género... Como se isso por artes mágicas me fizesse ser algo mais elevado ou superior do que aquilo que eu realmente era.

Hoje que penso nisso, não me arrependo de nada, pois só assim posso olhar para trás com espírito crítico e ver onde mudei. Numas coisas para melhor noutras para pior. Acho que qualquer pessoa, tende a ser um bocadinho auto-manipulada pelo ego para se tentar afirmar ou tentar achar que algo mais do que aquilo é. Que temos um alter-ego fascinante que nos diferencia e nos eleva de tudo e todos. Uma espécie de tudo aquilo que eles vêem é um Clark Kent desajeitado mas no fundo eu sou um herói capaz de mudar o destino da humanidade. Ou então que todos pensam que eu sou um Bruce Wayne fútil, consumidor e despreocupado quando no fundo sou o defensor máximo dos fracos e oprimidos sempre disposto a sacrificar-me por causas maiores. Embora alguns possam admitir e outros não, esta é a realidade...

Desde os tempos do hi5 e até no Facebook agora...Todos gostam de pôr lá os seus gostos, quer na música, no cinema, nos livros. Todos querem mostrar que gostam disto ou daquilo que de uma forma ou outra têm uma certa atitude para poder definir-se e saber aquilo que são...

Mas será que aquilo que achamos que nos define é aquilo que verdadeiramente somos?
Não estaremos às vezes demasiado embebidos num espírito de cegueira emocional que não nos deixa ver aquilo que realmente somos?

Eu não sei, dou por mim a achar aquilo que ouvi outro dia na televisão, crescemos cada vez mais tarde, casamos cada vez mais tarde, temos filhos cada vez mais tarde e até, veja-se lá, morremos cada vez mais tarde... Às vezes olho para mim e acho que a sociedade espera de mim uma maturidade que eu penso não ter. E tenho 26 anos! Já devia pelo menos ser um adulto em condições mas olho para dentro de mim e vejo um poço tão grande, tão enorme, tão gigante de dúvidas, inseguranças, medos...Coisas que agora que penso, se calhar quando era mais novo e olhava para alguém que tinha 26 anos, pensava eu que essas pessoas eram maduras, mais velhas e com muita mais responsabilidade do que aquilo que eu, actualmente, possuo. E se calhar até o eram... Não podia fazer um raio-X interior e ver os medos, inseguranças e dúvidas. Claro que os têm! São humanos...Mas se calhar antigamente crescia-se mais depressa...O afastamento mais repentino dos entes queridos e uma espécie de auto-autonomia forçada se calhar tornava os jovens de há 15 anos atrás com 26 anos (agora com 41), bastante mais sólidos...

Se eu soubesse que com 26 anos, ia chegar aqui a este ponto, e andar tão baralhado, com tantas dúvidas, com tantas preocupações...Com esta indefinição de personalidade, de vida, de objectivos... Quando se muda radicalmente de meio, de pessoas que nos rodeiam, de pessoas que nos interpelam, é quase como nascer outra vez...Para um ruidoso mundo de coisas, em que a única coisa que levamos do anterior são padrões comportamentais e uma personalidade alterada pelo que vivenciámos... E nada nos poderá agora preparar para o que aí vem... A vida é mesmo assim...

Ou então, sou só um adolescente preso num corpo biologicamente mais amadurecido, cuja sociedade que moldou a sua personalidade, criticará por esse facto...

domingo, 16 de junho de 2013

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O nosso erro

O nosso erro foi começar

O nosso erro foi pensar que não éramos

O nosso erro foi não nos apercebermos.

O nosso erro começa por vê-las perfeitas

O nosso erro é achar que são deusas

O nosso erro é deixá-las ver de imediato A nossa fraqueza

O nosso erro é pensar que por serem belas não têm inseguranças

O nosso erro é sermos físicos em demasia

O nosso erro é a nossa futilidade que tanto criticamos nelas

O nosso erro é desculpar com beleza física erros crassos de carácter

O nosso erro é o cavalheirismo em demasia.

O nosso erro é sermos Homens

O nosso erro é deixarmos o mundo entregue aos homens

O nosso erro é gritar em silêncio!

sábado, 1 de junho de 2013

...não pagam dívidas

Espero que o teu ego te encha as medidas e que isso valha a pena para perderes o homem que um dia te julgou a mulher da vida dele...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Infância #1

Hoje lembrei-me de ti...

A verdade é que criamos na nossa cabeça lugares comuns que vamos revisitar volta e meia. Memórias e "pensatórios" que revemos mentalmente quando somos invadidos por determinados sentimentos.

Hoje fui à minha infância. E lembro-me de uma altura que me marcou...

Lembrei-me de um rapaz chamado Miguel. Conheci-o nos tempos livres do ISLA e de imediato nos tornámos muito amigos, partilhávamos o gosto pelos videojogos, a paixão pelo futebol e até a cor clubística era a mesma. Tornámo-nos amigos durante a escola primária. Ele estava  na Mãe D'água e eu no Campo Redondo mas durante a tarde estávamos sempre juntos. Via-o como o meu companheiro inseparável... Quando no 5º ano nos tornámos da mesma turma, esse companheirismo ficou mais acirrado. Lembro-me perfeitamente de tardes contigo Miguel no ISLA e lembro-me das tuas irmãs a Lina e a Sara. Foi das primeiras vezes que tomei contacto com a palavra "sobredotado" por me contares que a tua irmã mais nova (Sara) o era e ainda agora me lembro e me rio que ela entrou numa igreja e perguntou a apontar para o altar "Quem é aquele? E por que é que está de cuecas?". Eras um rapaz cheio de vida, super inteligente e dedicado. Recordo-me sempre de ti quando acabávamos os trabalhos de casa tinhas sempre as mãos cheias de tinta. Dos nossos trabalhos de grupo a Educação Física em que trazias o teu livro de desporto e nos juntávamos uns 6 ou 7 em minha casa a fazer que trabalhávamos enquanto jogávamos Super Nintendo ou Nintendo 64... Lembro-me de que no 5º/6º ano só íamos ao ISLA para ter inglês e de jogarmos contra o Pizzi (sim Miguel...talvez não te lembres mas o Pizzi que agora joga no Deportivo jogou contra nós nesses tempos livres do ISLA) e contra todos os miúdos só eu e tu e de quereres ficar sempre nas "piores" equipas e me dizeres "é a melhor maneira de sermos melhores" e tinhas toda a razão... Lembro-me de me teres mostrado com um dado, um papel e um livro como se jogava àqueles jogos da altura. Jogavas um de samurais... Tenho esses livros por aí algures, depois de me teres mostrado aquilo fiquei maravilhado e comprei uns quantos. Lembro-me das tuas cartas de jogar com os jogadores... E de jogar com aquilo à sueca até à exaustão. Lembro-me perfeitamente que a bisca do Benfica era o Erwin Sanchéz (!). Mais tarde roubaram-tas, quando fomos fazer o exame de Inglês ao Porto e ficámos na Pousada da Juventude...

Infelizmente no final do 6º ano disseste-me que ias para Leiria e aí se encerrava, em parte, esse capítulo das nossas vidas. Éramos uns miúdos... Mas penso o quão grandes podíamos ter sidos. Foi sem surpresas, que em 2005, descobri que tinhas entrado em Medicina em Coimbra. Sempre te imaginei ou aí ou num curso relacionado com Matemática e Física e foi mais uma vez sem surpresas que descobri que tinhas ganho a medalha de ouro das Olímpiadas de Física Ibero-Americanas. Talvez se tivéssemos continuado amigos inseparáveis como éramos me tivesses arrastado para Medicina ou eu te tivesse arrastado para Engenharia não sei... Sei que hoje me lembrei de ti e da altura em que mesmo pequenos fomos grandes! ;)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

!


E não se esqueçam das crianças!
Elas são o futuro!
(A não ser em África que são no máximo até quinta...)

domingo, 20 de janeiro de 2013

Once again

Acho que já disse mas volto a dizer...
I hate those fuckin bloody Sundays....

Dia Mau

Tédio, irritação,confusão,delírio, troca de pensamentos, de sentimentos, egoísmo, ciúme, inveja, irritação outra vez, raiva, explosão, má-disposição.......Gaaaaaaaaaaaaaaaaah......

sábado, 19 de janeiro de 2013

SLB

Nunca aqui abordei no blog algumas das minhas paixões...

Uma delas prende-se com essa instituição, essas 3 letrinhas que mexem comigo. Eu tento ser sempre contido no que toca ao meu clube mas é uma paixão que as pessoas de outro clube não conseguem entender...Nós sofremos, choramos, amamos mas nós os verdadeiros Benfiquistas estamos lá sempre até quando o nosso clube perde. E perdoamos sempre, se no jogo a seguir ganharmos somos os maiores outra vez! E isto não é ser cego, nem ser da manada, isto é ser um apaixonado e amante de algo incondicional.
Quando estamos com a pessoa que amamos e ela faz alguma coisa que não gostamos ficamos chateados e revoltados mas no fundo acabamos sempre por perdoá-la...É igual com o Benfica.
Não me ofende quando os meus amigos tripeiros me dizem que eu nunca vi o meu clube ser campeão europeu!Nunca vi um pentacampeonato nem um tetracampeonato...Tanto me faz...Fiquem com os vossos títulos que eu tenho a minha paixão e os meus ídolos.Nós somos um gigante!Só prova que amamos o clube com todo o coração....O que eu vi em 2009/2010 foi que os adeptos do nosso maior rival esmoreceram e deixaram quase de aparecer no estádio porque naquele ano o clube deles ficou em 3º lugar.Nós damos uma lição de paixão a essa gente...Amamos incondicionalmente, sabemos que podemos não ter a melhor estrutura e nem sempre os melhores jogadores mas acreditamos sempre.E se a equipa falhar havemos de estar lá!Mesmo insultando a equipa técnica e todos passado minutos se eles marcarem já são os maiores!É assim que se vivem as paixões!De forma irracional!Não sou daqueles que não consegue admitir culpa da minha equipa num lance claro...Tento de ser forma ser coerente como todas as ideias na minha vida mas vivo intensamente cada golo, cada vitória...Por todas razões e mais alguma a época 2009/2010 será recordada de forma muito especial!
Não me vou alongar muito mais até porque não há palavras para descrever este meu amor...Mais do que qualquer coisa que possa dizer sobre ele, sinto-o!

(Isto até já parece um blog a sério!3 posts num dia!Loucura!)

Put your rage down and please rise your pride!

Caro Luís,

Venho por este meio aconselhar-te a deixares de ser um "piças", um "conas", um imbecil e um preguiçoso que não faz nenhum ou que tem dado metade ou nem isso do potencial que tem para dar ao mundo e a ele próprio. Portanto começa por seguir estes conselhos.

Por favor deixa de reagir a quente em situações onde sabes que sabes só te vão fazer mal a ti e ao teu stress. Deixa de acreditar que algumas pessoas vão mudar em definitivo e que vão ser melhores e que vão deixar de ter atitudes que te chateiem ou te magoem. Não vale a pena mesmo...Nesses casos é uma questão de tempo até ficares cego e te lembrares de coisas que não interessam que enterraste no fundo do baú e só fazem mal à tua saúde mental tirares isso para fora...É uma questão de tempo até perderes a lucidez e a razão e começas a tornar-te aquilo que abominas....Por favor nestes casos "Put your rage down!" e sê mais esperto.

Estuda, esforça-te, dá o teu melhor, deixa a "tua pele em campo" quando te aparecer um desafio que tenhas de superar.Vai à aventura, leva contigo ou "no bolso" aqueles que precisas para a viagem. Deixa de ser molenga e preguiçoso!Sê grande, sê inteiro, sê algo!Fazes tão bem quando dás algo bom de ti e do que tens.Quando passas algo do teu espírito e ajudas verdadeiramente alguém e te ajudas a ti. Não tenhas medo de ser sincero. De dizer aquelas cosias que fazem chorar (de alegria) quando as sentes. O mundo está cheio de coisas que tu ainda não viveste e gostavas, é tão pequeno a nível cósmico e tão grande a nível pessoal e humano, e a vida tão curta...Aproveita!Não deixes que estas palavras caiam no vazio e tenta-te auto-motivar de qualquer forma!

Tu tens dentro de ti esse espírito e já sabes como ser uma boa pessoa e de que forma hás-de evitar seres uma verdadeira besta quadrada.

Sem mais delongas,
Cumprimentos de alguém que gosta de ti e se importa contigo,
Tu mesmo!

God Put A Smile Upon Your Face

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Marcar Ir Andar Até...

Martelamos tanto na nossa cabeça querer mudar e reinventar que acabamos por nos tornar aquilo que não queríamos...Seres da rotina da nossa própria vida. Para mim acho que a forma de quebrar os meus defeitos primordiais (preguiça e rotina) é simplesmente quando me passa pela cabeça fazer uma coisa que penso que seria saudável para mim devo fazê-lo (com a mínima reflexão bem entendido...). Penso que nesta vida perdemos tempo demais a pesar as coisas e a reflectir no que podia ter sido e não foi e no que foi e poderia não ter sido. Como é lógico não sou adepto de um estilo de vida irracional e sem consequências mas vou começar a abster-me do excesso de utilização intelectual e falta de actividade física até nas atitudes. Não podemos ficar sempre parados.

Acho que devemos errar.A vida é como um exame ou como um teste...Muitas vezes só quando errava ou chumbava ou mesmo aquando de uma prova de faculdade é que me apercebia dos erros do meu estudo e de quais as minhas fraquezas em determinadas áreas.Os erros já me levaram a entender verdadeiramente o conhecimento no que toca à faculdade. Na vida acaba por ser semelhante...No fundo temos de tocar nos completos opostos negativos para nos podermos aperfeiçoar e atingir verdadeiramente a parte positiva. Não que tudo deve ser feito por tentativa-erro mas a vida já me mostrou que isso é bem verdade...

Repare-se no caso clássico da alegria e da felicidade.Alguém só é capaz de ser verdadeiramente feliz se algum dia já viveu momentos de tristeza só assim se apercebe que aqueles momentos o são de felicidade depois do sofrimento. Ou de outra perspectiva se alguém viver momentos de verdadeira felicidade sem ter sofrido antes nem os aproveitará tão bem e só se dará conta da glória e alegria que teve quando sofrer e olhar para trás...Parecem ideias um bocado repetitivas mas, na minha opinião é a realidade...A maturidade só se vai atingindo com erros de imaturidade ou até com sofrimento profundo que nos abana e nos mostra o quão firmes, sérios e fortes temos de ser...Claro que isto é um registo muito pessoal e talvez outras pessoas tenham outras percepções e tenham chegado a conclusões mais acertadas que a minha.

Isso é o que faz a vida ser tão subjectiva tanto quanto aquilo que é...Nunca sentimos da mesma forma que outra pessoa mesmo que as experiências de vida sejam muito similares... Quando alguém ou algo nos marca e nos modifica de forma tão profunda passamos muitas vezes a ser parte dela. Não sou muito metafísico nem nada dessas coisas mas reconheço que quando alguém importante nos deixa ficamos com algo dela...Pessoas. Podia divagar muito sobre aquelas que não me disseram absolutamente nada. Mas quando olho para trás eu sou aquilo que deixaram em mim.Más e boas pessoas...Todas elas me marcaram. Muito me ensinaram e continuo sempre a aprender.Aquele velho cliché mas que é bem verdade.Aprendo tanto com crianças, a forma como elas vêem as coisas de forma tão pura e inteligente. Faz-me ter fé na espécie e acreditar que a nossa espécie está a evoluir...

Acho que ainda assim me consigo surpreender com o mundo todo em geral. E digo pela positiva! Penso que já noutras alturas abordei aqui que negativamente acho que já pouco me surpreende. Prosseguindo... Quando conhecemos alguém num bar, num serviço enquanto esperamos, quando estamos para cortar o cabelo, etc. Conseguimos sentir uma empatia natural por algumas pessoas. Acaba por ser estranho que com apenas com alguma interacção tenhamos a chamada simpatia pela pessoa. Claro que isto é um bocado como meter a moeda de 1€ e rodar a máquina. Às vezes saem bolas com defeito... Mas quando não saem (estragadas) cria-se um bom sentimento. Na faculdade, por exemplo, fiz algumas amizades dessa forma, quase por geração espontânea...

Na minha vida houve aquilo a que eu gosto de chamar uma explosão de personalidade...Eu era uma pessoa extremamente envergonhada, introvertida, contida, calada,pouco sociável, etc. Com o tempo fui-me "abrindo" e tornando-me uma pessoa cada vez mais expansiva e aos poucos fui perdendo essas características e adquirindo os opostos. Às vezes penso, até que ponto isso me é benéfico...Se não ganharia mais em estar mais vezes calado...É que são tantas as vezes em que acho que sou mal interpretado que até me canso. São tantas as vezes em que acabo por vestir uma capa de alegria e boa vontade com tudo o que me rodeia que quando olho para dentro pergunto-me até que ponto ganho com isso...Não me interpretem mal (quem ler...), não é que a minha alegria e boa vontade não sejam genuínas (porque se há coisa que não me considero é hipócrita) mas talvez não me devesse expressar de forma tão efusiva com tudo. É que caso eu acorde num dia mau, é bastante mais complicado esconder esse sentimento...

Acho que muitas vezes a minha brincadeira e a minha maneira de tentar levar as coisas "a bem" e de tentar fazer piada com tudo o que me rodeia me cataloga muitas vezes de pessoa "irritante" e de pessoa que vive num mundo cor-de-rosa que acha que tudo é piada...Sinceramente, não rejo a minha vida por comentários mais ou menos críticos. Simplesmente, tento ouvir as pessoas e aquelas que me apresentam argumentos válidos eu posso ou não tê-las em conta...Mas às vezes não posso deixar de soltar um riso irónico quando alguém me diz que eu só brinco com "coisas sérias" de sexo e religião e faço piadas de humor negro porque não conheço limites sociais, porque tive uma educação errada ou porque nunca soube o que era sofrer...Eu acho que bem pelo contrário, só quem já está tão recalcado de dor e de tudo o que o rodeia é que chega a um ponto que já está farto de choros e tristezas melancólicas em que já esteve afundado que acaba por conseguir rir de si mesmo e do resto...O riso é uma defesa, é uma arma muito poderosa, é um desbloqueador, é uma provocação, o que quiserem...Mas a vida sem rir é miserável...Eu admiro muito a lógica e a racionalidade da questão...Mas muitas vezes "temos de"/"devemos" ser humanos...

Já me tinha questionado várias vezes sobre a importância que a disciplina de Filosofia teve sobre mim nos meus 15/16 anos.A forma interessante como me foi leccionada a disciplina fez com que eu ganhasse espírito crítico, aprendesse a ver as coisas pela minha cabeça e pelos meus argumentos e a não me deixar levar por opiniões "aparentemente" lógicas ou "aparentemente" verdadeiras.Este processo levou-me a conhecer novas palavras e com elas novos conceitos que sempre me apercebi estarem inseridos na sociedade.Mas estas novas palavras e novos conceitos levaram-me a reflectir...Lembro-me na altura de um capítulo que incidia bastante sobre os contrastes racional/irracional, dedutivo/indutivo, lógico/sentimental, objectivo/subjectivo...E lembro-me que andando em ressaca completa de emoções na minha vida interiorizei para mim que o melhor para se atingirem objectivos na vida era adoptar na vida uma postura mais ao nível do intelecto e tentar ser o mais pragmático possível...Esta tendência colou-se mais em mim devido à maior apetência para as ciências exactas...O que essa escolha reflectiu em mim foram bons resultados a nível intelectual sem dúvida mas a nível social reprimi muito e implodi tanto que mais tarde viria a explodir a nível pessoal como referi acima.

Uma vez que que adoptando uma postura mais defensiva na vida não corremos tanto o risco de nos expor e acabamos por não sofrer tanto era lógico que eu iria tomar uma atitude dessas. Afinal de contas, hoje teria gostado bem mais de ter sido mais como fui do que se calhar como sou agora...Dou demasiado de mim às vezes e gostava de ser mais frio e mais insensível...Não vou negar que às vezes me olho de fora com alguma incredulidade...Eu sei que demonstrar sentimentos é uma boa coisa, em determinadas situações como é lógico...Mas falando de coisas subjectivas, penso que a noite é uma má conselheira e é a pior altura do dia para se tomarem decisões...A noite, tem sem dúvida, em mim, um efeito psicológico gritante! Uma pessoa chega a baralhar-se a confundir-se e perde algum discernimento naquilo que sente ou que acha que sente.Uma vez li, que alguém disse que a noite era a pior altura do dia para se fazerem negócios porque se perdia objectividade nas decisões e a mente turvava...E não tenho qualquer dúvida disso.A noite faz-me abalar os sentidos por completo...Uma pessoa diz o que não quer, chega a achar que tem a certeza de algo quando nada disso verdadeiramente se passa...

Sinto-me uma abençoado às vezes...Não posso ser injusto e refilar contra todos os azares e infortúnios que já tive na vida.Afinal isso todas as pessoas têm...Mas quando olho para a parte positiva, já tive tantas oportunidades e continuo a ter de fazer tanta coisa e tantas escolhas na minha vida. Já conheci tanta gente que valeu a pena e continuo a conhecer...E sem querer enunciar um daqueles chavões típicos mas o que fica na nossa memória e na dos outros é a Pegada...A Pegada é a marca que deixamos em alguém que nos marcou de uma forma positiva, é a forma como somos marcados por pessoas que fazem parte do nosso trilho e nos acompanham.Dessa forma, para quê refilar com azares (e alguns deles bem grandes) que já tive?Há dias em que acordo e me sinto um completo estúpido e inútil porque tenho de aproveitar melhor as oportunidades que me são dadas e perco-me muito em coisas fúteis e sem importância...

Tenho pensado que  neste momento de "pseudo" depressão que o país atravessa por haver uma crise financeira, social e de valores (esta então é gritante) é uma óptima altura para olharmos para nós e sermos um bocadinho existenciais e pensar o que verdadeiramente somos capazes de fazer como seres humanos. De certeza que há algo de nós que é importante para alguém, ou até mesmo para nós podermos ajudar. Não nos podemos vulgarizar de forma alguma e pensar que é uma vergonha o que a sociedade nos fez de tirar um curso e termos extrema dificuldade quer em arranjar um bom emprego quer em ser bem remunerados. É uma altura para nos reinventarmos...

Outra vez regresso a mim mesmo depois desta volta pelo meu imaginário e pelas minhas ideias e divagações. A vida é feita de ciclos e temporadas e só o futuro dirá se este ciclo demorará mais que outros ou se será um pilar cimentado para o meu sempre.Demorei alguns dias até concluir esta volta na minha cabeça mas agora que termina olho para trás e consigo encontrar tantos pensamentos redundantes como outros inexplorados. Por vezes as palavras parecem poucas para descrever o que vai aqui dentro. Por vezes os pensamentos parecem vazios e as palavras acabam por preencher o pouco que pensamos ou sentimos. Mas no final de contas, são dois motores que necessitam um do outro para viver...Sem pensamentos não há palavras e se não houver palavras para dizer de pouco nos vale pensar...