terça-feira, 14 de abril de 2009

Tentamos

Cada vez mais me convenço de que nada vale praguejar,refilar com a vida,revoltarmo-nos com situações se nada fizermos para reagirmos a isso...É verdade que podemos ter o maior apoio das pessoas que gostam de nós mas só nos levantamos mesmo quando ganhamos a verdadeira consciência de que queremos mudar e agir.Não basta dizer "eu vou mudar".E bem verdade é a frase "Não penses no que poderias ter feito,pensa no que podes fazer"...
Às vezes por conformismo simplesmente deixamos andar,outras vezes não pomos termo às coisas por fraqueza emocional e às vezes revoltamo-nos estupidamente com a vida porque não obtivemos bons frutos dela mas se calhar não semeámos convenientemente para os poder obter.
Se me dissessem há 10 anos que alguém com 22 anos saberia tão pouco da vida e estaria tão confuso com ele próprio eu não acreditava.Em criança os adultos pareciam sempre ter a resposta para tudo e a certeza de tudo o que faziam...O mundo parecia bem mais simples e chegava-nos passar o dia a brincar na terra com os amigos e chegar a casa já a passar da hora de jantar com os joelhos e os cotovelos todos esfolados...E isto chegava,porque a vida era simplesmente isto...Porque é bem verdade que só é feliz quem é inconsciente...
E a maior consciência da vida e infelicidade é que por mais que lutemos e nos esforcemos vai ser sempre complicadíssimo atingir a plenitude e o sentimento de estarmos completos...
Ainda assim,tentamos...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mudanças

Quando se encerra uma etapa na nossa vida questionamo-nos se terá valido a pena...Pesamos os prós,os contras e tudo isso...Pelo menos do que foi aos nossos olhos.A questão é se não sabemos se essa etapa se passou realmente no seu todo ou se alguém que fez parte dessa etapa nos fez crer uma ilusão.

Quando alguém se entrega a nós e pensamos viver com sinceridade completa.Mas e quando essa pessoa quebra a nossa confiança uma vez,e duas e três e inventa coisas?A culpa terá sido nossa por nos termos deixado envolver tanto diria eu e deixado continuar...E a partir daí como podemos saber se essa pessoa foi realmente sincera para connosco?Tudo isto ganha uma nova dimensão se essa etapa da nossa vida se passou à distância e é nessa altura que nos dá vontade de nos agredirmos a nós mesmos e pensamos "Como é que raio fui capaz de envolver tanto e ter algo assim se não conhecia o suficiente para confiar cegamente?!".Se alguém nos mente sobre o sítio onde está,com quem está,onde dorme,sobre a idade de outra pessoa,o que fez,de que forma o fez,o que disse...É tudo uma valente complicação na cabeça...Começamos a fazer filmes na nossa cabeça e a não conseguir distinguir nada.Chega a um ponto em que nem sabemos se a outra pessoa está a dizer a verdade ou não e pomos em causa tudo o que ela diz.

Sim.Foi algo do género que me aconteceu e é como me sinto.Estou a passar uma fase não muito fácil da minha vida em que me custa a discernir o que é ou não verdade...Sempre tentei ser sincero e sempre tentei sempre dizer a verdade mas de ti,já não sei nada...Agora sinto-me completamente enganado.Como raio sei que não foi tudo uma ilusão...Que com a distância e cada um para seu lado não vivias como se eu não existisse para os outros?Quando não há base de confiança tudo o resto se torna secundário e dá-me ideia que já nem sei se te conheço...Consegues ter duas personalidades distintas,consegues ter duas atitudes diferentes,consegues agir de duas formas completamente diferentes como é que eu sei que não tens duas vidas?

\rage mode off


Um dia um rapaz acordou com berros na cozinha,os pais estavam a discutir.A mãe não dormia no mesmo quarto que o pai há uns dias e queria divorciar-se.O rapaz de 14 anos ouvia a mãe a dizer que não queria viver mais com o pai e este só conseguia ser cada vez mais cego e dizer que ou vivia com ele ou ia para fora e para o olho da rua.A mãe fugiu para o quarto do rapaz assustada e trancou a porta do quarto a chorar em sobressalto...Não sabia o que fazer...Ligou ao 112 para chamar a polícia.O pai tinha ido cortar o cabo da máquina de lavar louça e voltava completamente desfeito moralmente e sem lucidez do que era a realidade a dizer "Se não me lavas a roupa a mim,não lavas a mais ninguém" e batia e dizia "Abre a porta".O rapaz levanta-se e diz "Eu abro-ta desde que não batas à mãe" e ele disse "Eu não lhe bato" e então o rapaz decide abrir a porta e o pai começa a disparar verbalmente a tentar pressionar a mãe para esta sair de casa e eis que chegam amigos que a mãe tinha chamado para tentar chamar essa pessoa, a quem o rapaz chamava de pai, à razão.O rapaz e a mãe foram dormir para uns anexos aparte enquanto os amigos do casal conversavam com o pai do rapaz e o tentavam chamar à razão.Durante a noite o pai decide cortar a luz,água,gás e telefone aos anexos onde estavam a mãe e os avós do rapaz.Quase que obrigados na tarde que seguiu o incidente o rapaz,a mãe e os avós abandonam os anexos com a roupa que trazem no corpo...

......


Volvidos anos o rapaz tenta ser alguém na vida,tenta procurar o sentido de tudo o que lhe aparece.Tenta aprender os valores que a mãe lhe ensinou durante a vida: humildade,sinceridade,justiça,lealdade...Num mundo em que cada vez mais lhe parece tudo podre em que é difícil confiar nas pessoas que lhe dizem uma coisa num dia e noutro mudam de opinião.É quase como que uma facada mas o rapaz já não sente porque até já se habituou...Tenta agora sobreviver...A sociedade é monstruosa mas ele não quer ser anti-social,quer tentar melhorar a que o rodeia directamente porque acredita em si a nível intelectual.Tenta equilibrar-se a nível emocional embora seja complicadíssimo.Já não percebe se o amor que deu foi igual ao que lhe retribuiram...Tudo o que ele procurou foi a verdade,foi ser amado e isso é-lhe importante.No entanto,este rapaz sabe que o único sentimento nobre e verdadeiro na vida é a amizade.A verdadeira amizade no seu total e real sentido da palavra...E se o pilar e suporte são os amigos enquanto eles estiverem lá ele sabe que a sua estrutura principal não cairá...